Brasão Moto Clube

Brasão Moto ClubeBrasão encomendado para um moto clube, que depois foi alterado para moto grupo, o que explica a utilização das iniciais MG nas laterais.

O bom é que o desenho pode ser utilizado para militares também.

Obrigado ao Flavio Carvalho pela confiança no trabalho.

Quer um brasão personalizado? Entre em CONTATO.

Feliz Dia das Crianças

Eu não tenho filhos e já deixei de ser criança há um bom tempo.

Não há tanto que não me lembre ainda como era brincar na rua, jogar videogame com os amigos (faço isso ainda hoje) ou soltar a imaginação. Isso, aliás, é uma das coisas que me assusta. Não a parte de soltar a imaginação, mas justamente o contrário. Mas calma, vamos por partes.

 

crianca e cachorro correndoAssistindo a um dos canais de desenho outro dia, notei que os comerciais (que são muitos e longos) são recheados com propagandas de brinquedos, desde os mais simples até os mais complicados. Não que eu seja contra, quase me formei em publicidade e propaganda além de jornalismo (mas meu apreço pela verdade não combina com a capacidade de provocar desejo, enfim), mas a questão é que como se faz para explicar para uma criança que ela não pode ter aquele brinquedo da televisão? É difícil, não? Eu fui educado com algumas restrições, não pude ter tudo o que eu queria (patins in line e carrinho de controle remoto ainda assombram meus pesadelos infantis), mas aprendi a me virar com o que tinha (que nunca foi pouco também) e, o mais importante, aprendi a praticar a imaginação sem ferramentas para isso.

Lembro que, quando criança, brincávamos de muitas coisas. Algumas precisavam de brinquedos (como Comandos em Ação, ou andar de bicicleta) e outras eram total e completamente livres. A minha preferida era brincar de monstro (fantasma ou lobisomem também contava). Lembro que juntávamos os meninos da rua (éramos cinco, basicamente) e fazíamos uma história onde todos éramos irmãos vivendo numa casa grande e velha, até que um de nós era mordido por um lobo e passava a se transformar em lobisomem, tendo como objetivo transformar os outros. Parece roteiro de filme B ruim, eu sei, mas era divertido! Porque nunca sabíamos quem já havia sido transformado, quem ainda era completamente humano e a tensão de não ser o próximo ou de ter de transformar o outro era ótima. E não precisávamos de brinquedos. Usávamos um terreno baldio como “sede”, às vezes as calçadas.

Também brincávamos de Polícia e Ladrão, sem armas, apenas com a mira invisível e quem morria contava até cinqüenta e voltava a brincar. Joguei muito futebol que, afinal de contas, só precisa de uma bola, muitas vezes daquelas que parecem uma bexiga e custa bem pouco e quando vai na direção da lança de alguma grade fica todo mundo torcendo para que não acerte em cheio para não furar.

E não que na minha época (que foi outro dia mesmo) as coisas fossem diferentes, tínhamos as propagandas escancaradas, até de cigarros (eu quase fiquei doente uma vez para tomar Guaraná Antarctica), e também não é que as crianças hoje sejam diferentes, elas ainda brincam só com a imaginação. Mas algumas coisas mudaram.

Antes, não tínhamos celulares, que vem com joguinhos e acesso à internet. Computadores estavam engatinhando e, mesmo os videogames, que eu sempre gostei de jogar, eram limitados. Na maioria das vezes, meus amigos de escola eram meus vizinhos e eu não precisava tomar uma Van pra ir pra aula, porque a gente estudava na escola mais próxima, com poucas exceções. E eu podia brincar na rua com meus amigos, não tinha de ser preparado para a vida exaustivamente com aulas de inglês, matemática, karatê, violão, desenho, informática e tudo o mais.

Fico pensando o que vou fazer quando tiver os meus filhos. Se vou conseguir ensiná-los que não posso dar tudo que eles virem na televisão (ou no computador) e que as brincadeiras mais legais são aquelas em que a gente faz uma história maluca e sem sentido, mas que valem lembranças e risadas para a vida toda. Mas acho que no fim, é tudo muito simples e as crianças são, em sua grande maioria, o reflexo dos pais. Se ela tiver pais que trabalham vinte horas por dia e nunca têm tempo para brincar, ela vai crescer sendo educada pela televisão e compensando a carência com o consumo que ela nos oferece. Não que seja errado trabalhar para dar uma boa condição aos filhos, a gente sempre quer o melhor para eles. Mas será que, às vezes, o melhor não é algumas horas brincando de pirata (ou lobisomem, no meu caso) e fingindo que o mundo ao redor não existe?

Então, nesse dia das crianças, não dê apenas um brinquedo, não dê só um presente. Faça isso também, mas no resto do ano, dê o que a criança mais precisa, seja presente.

E aí, já brincou com seu filho (sobrinho, irmão, afilhado) hoje?