Rabiscografia #01 – Leonardo Da Vinci


Estamos inaugurando uma nova categoria no Rabiscando.

Na Rabiscografia vamos trazer artistas diversos e, quando possível, uma entrevista exclusiva com o próprio.

E para começar, vamos falar sobre um artista que, embora não esteja mais entre nós há centenas de anos, é considerado um dos maiores (se não o maior) que já houve e continua muito influente até hoje, principalmente na cultura pop. Estamos falando de Leonardo Da Vinci, que viveu entre 1452 e 1519. Embora reconhecido principalmente como pintor, foi perito em várias artes, considerado até hoje como um gênio tecnológico e visionário inventor, chegando a rascunhar os primeiros projetos de máquinas voadoras de que se tem registro.

Abaixo, você confere dois infográficos sobre a vida de Da Vinci. No primeiro, separamos alguns dos pontos mais importantes de sua história e, no segundo, um pouco sobre o status pop que o artista mantém ainda hoje.

Os desenhos

A menina estava na sala, sentada à mesa, a desenhar. Na rua, o vento e a chuva não permitiam grandes sonhos, pelo que a menina nem se atrevia a espreitar à janela. Não podia brincar no quintal, como fazia habitualmente. Não podia andar e correr, para trás e para a frente, com o seu cão.

Não podia ir para o balanço. Estava triste por isso, mas arranjara uma boa forma de contornar a questão: fazia desenhos.

Naquela manhã, a menina acordara entusiasmada, mas assim que viu pela janela o temporal que na sua cidade se instalara, logo perdeu a ilusão de brincar no quintal.

Ao mesmo tempo que se desiludiu, resistiu à sensação, e começou a desenhar.

O motivo do desenho era simples: uma menina brincava com o seu cão num jardim, debaixo de um sol radioso.

Desde muito cedo, a menina evidenciava um raro talento para o desenho.

De cada vez que um trabalho seu era mostrado a um adulto, havia sempre uma de duas dúvidas: se a menina tinha efetivamente a idade que os seus pais diziam ter, ou se tinha tido ajuda para fazer o trabalho. Só quem podia presenciar o ato criativo poderia confirmar, sem hesitação, o talento que estava naqueles desenhos.

À medida que foi crescendo, a menina começou a ver noticiários na televisão, ganhando consciência de que o Mundo não era, muitas vezes, um lugar parecido com aqueles que costumava desenhar.

Havia lugares que não tinham meninos felizes a brincar ou a passear com os pais, que não tinham animais em paz no seu habitat, que não tinham árvores ou água límpida. Havia lugares tristes e feios, por culpa do Homem.

A curiosidade da menina dava, inevitavelmente, lugar a perguntas. “Por que é que este lugar é assim?” Os seus pais tentavam dar a entender, sem especificar muito os motivos, que nem sempre os homens e as mulheres de cada lugar se entendiam, nem sempre estavam de acordo, e que, por vezes, discutiam muito, tornando os lugares mais tristes.

Esta descoberta começou a refletir-se, aos poucos, nos desenhos da menina. Sem que os pais se apercebessem, inicialmente, os desenhos começaram a ser, na sua maioria, retratos de lugares tristes.

O comportamento da menina refletiu este fator, também, pois costumava ficar mais triste, depois de desenhar.

Um dia sua mãe apercebeu-se daquela realidade e falou com a menina. Explicou-lhe que não podia fazer apenas desenhos tristes e disse-lhe que era importante desenhar lugares como aquele onde viviam, lugares onde as pessoas eram felizes.

A menina ficou a pensar naquelas palavras e, sem dar muito bem por isso, começou a fazer desenhos mais parecidos com os que fazia inicialmente. Voltaram os meninos, os cães e os gatos, os animais na floresta, o campo e a praia.

Um dia, a menina falou com a mãe, sobre os desenhos.

– Mãe, lembra daquela vez em que me disse que para não ter medo do escuro, podia pensar em coisas bonitas?

– Sim.

– Se eu fizer desenhos bonitos e se todos os meninos também fizerem desenhos bonitos, quando formos grandes, vamos querer que o Mundo seja como os nossos desenhos, não é?

– Claro! E todos vocês, quando forem grandes, vão fazer tudo para ajudar a tornar o Mundo um lugar melhor!

No dia seguinte, a menina acordou e foi à janela. Estava um lindo dia de sol. O cão estava no quintal. A menina foi à porta do quintal e disse ao cão:

– Espera um pouquinho, já vamos brincar. Vou só fazer um desenho!

Adaptado do Autor João Nogueira Dias

18ª Fest Comix

Festcomix

Nos dias 14, 15 e 16 de Outubro acontecerá a 18ª edição do Fest Comix, maior evento de Quadrinhos e Mangás do Brasil, reunindo lojas e atrações do segmento com exclusividades para a edição de 2011.

Realizado no Centro de Convenções São Luis, próximo à Avenida Paulista, conta com mais de 2000m² de espaço, divido entre estandistas e expositores, além da mega feira da Comix Book Shop com desconto de 20% a 80% em todos os seus produtos, inclusive lançamentos.

Este ano, o Fest Comix estará realizando uma ação social com a instituição Larzinho Casa Jesus, Amor e Caridade. Todo o setor de alimentação do Fest Comix será disponibilizado para a associação, que terá 100% da renda arrecadada revertida para o Larzinho. A instituição Larzinho Casa Jesus, Amor e Caridade atende diariamente em dois turnos (8h às 12h e 13h às 17h), através de convênio da SME. Oferecem 30 vagas para crianças, jovens e adultos, portadores de necessidades especiais físicas e mentais, leves ou moderadas. O trabalho é desenvolvido através de um apoio pedagógico especializado, que conta com educadores, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.

Na Arena Banco do Brasil, bate-papo e palestras com diversos artistas e profissionais dos quadrinhos, tais como Mike Deodato Jr.,  Wiil Conrad e Ariel Olivetti (desenhistas da Marvel), a galera da Pipoca e Nanquim (blog com videocast e podcast sobre quadrinhos e cinemas), Ação Magazine (revista com publicações de mangás nacionais) entre outros convidados.

No palco principal, atrações e concursos especiais para crianças e adultos. As crianças podem participar de várias brincadeiras valendo prêmios. Os adultos vão conferir mais uma etapa do Concurso Comics Cosplay BR, concurso para cosplayers de super-heróis. E uma grande novidade: a primeira edição da YCC (Yamato Cosplay Cup) nas categorias: Tradicional Individual e Desfile, valendo vaga para a grande final no Anime Friends 2012! E pela primeira vez no Fest Comix, apresentações de KPOP (Korean Pop Dance) com grupos brasileiros mostrando que sabem colocar o público para dançar!

A exposição da Limited Edition se fará presente novamente no Fest Comix, mais de 600 estátuas, action figures e gashapons de todos os estilos e gostos. Também terá o tradicional Mupy com a Umai.
Para quem sabe desenhar, o concurso “Sua arte na Fest Comix” vai colocar o talento dos desenhistas a flor da pele, com os três convidados especiais sendo os julgadores das artes!

Isso e muito mais! Para mais informações, acesse www.festcomix.com.br e fique atualizado com as novidades!

Serviço:
18ª Fest Comix
Dias 14, 15 e 16 de Outubro
Local: Centro de Convenções São Luis
Endereço: Rua Luis Coelho, 323, Consolação (Próximo ao metrô Consolação)
sexta-feira e sábado das 10:00 ás 20:00
domingo das 10:00 ás 18:00
Ingressos:  R$ 10,00 (valor único) vendas somente na bilheteria.

Via: www.festcomix.com.br

Cadê o Meu Estilo?

Por Raul Tabajara

“Você que é ilustrador, tem um estilo? Não? Então você não é um ilustrador de verdade!”

Quantas vezes eu já ouvi isso? Muitas. E o que mais me deixa chateado é quando ouço que o importante é ter seu próprio estilo. Quem disse isso?

Vou gerar polêmica, apenas citando o ilustrador Ziraldo quando indagado sobre estilo. Disse ele:  “Estilo é não saber fazer melhor”

Lógico que ele disse isso num contexto onde era indagado sobre o próprio estilo, e isso foi uma auto-crítica.

Mas uma coisa que eu sempre digo para todos os meus alunos é:
Não busque um estilo. Ele busca você. Apenas desenhe sem parar.

Trocando em miúdos, e vendo, talvez, o copo “um pouco vazio”:
Quando se tem um ritmo muito grande de trabalho você já deixa pré-definido:

a) uma forma de começar;

b)uma forma de fazer sombra; e

c) uma forma de terminar logo aquele “raio” de ilustração.

A repetição dessa sua fórmula pessoal de início, meio e fim, acaba gerando um certo toque só seu.

Eu nunca corri atrás de estilo, até uma vez que meu aluno viu uma obra minha na internet e me mostrou (um desenho antigo de uma sereia que nunca terminei).

Ele disse “isso é seu, não é?”. E eu disse “É, de uns dois anos”. O desenho estava sem crédito em um site sobre mitologia e ele disse “Seus desenhos sempre me parecem fotos de esculturas em massinha, por isso achei que fosse seu”

Eu fiquei extremamente ofendido com aquilo.
Onde já se viu: o meu “super desenho realista” (que era o que eu achava dele) ser comparado a esculturas de massinha! Mas que afronta!

Mas era fato, e aos poucos fui me acostumando com a idéia de que meus desenhos “se parecem com massinha” – por mais que eu tentasse fazer outra coisa.

Hoje, quando me perguntam, eu digo exatamente isso: “meu estilo é quase uma foto de esculturas em massinha”. E digo tranquilo… porque é o meu estilo… eu faço luz e sombra como se as coisas fossem brinquedos (eu goste disso, ou não).

Indo um pouco além:

Nosso padrão de beleza somos nós mesmos. E nós nos olhamos no espelho sempre. É natural que nossos desenhos fiquem LITERALMENTE com a nossa cara. E isso é um dos fatores psicológicos e inconscientes que tem grande peso nas proporções de nossa obra.

Por isso eu não acredito (e sou contra) aqueles que dizem que um ilustrador deve buscar seu estilo. Se você for ilustrador ou está se formando para ser, não entre em campanha em busca de seu estilo.

Busque seu tema favorito; busque a categoria de trabalho favorita; busque pintar com as cores que mais gosta. Até copie seus artistas favoritos, mas não faça nada disso buscando o seu traço.

O estilo (ou seja, o tipo de traço e tipo de proporção que sairá o desenho), surgirá naturalmente, de acordo com as suas capacidades artísticas e seus conceitos inconscientes de beleza.

E aí eu fecho com a frase do Ziraldo novamente, mas com uma segunda interpretação (com o copo mais cheio):

“Estilo é não saber fazer melhor”.

No final das contas, estilo surge da sua capacidade, não de uma busca.

E veja, quando digo “surge de sua capacidade” não significa que há estilos melhores ou piores. Apenas é aquilo que o seu cérebro, e suas condições de trabalho o levam a realizar… porque uma vez voltando a estudar do ZERO, seu estilo muda (ou evolui).

Então, bora fazer fogueira: Vamos soltar faíscas do grafite de tanto desenhar.

Desenhe aquilo que você gosta, e o estilo buscará você.

Via: blog do Raul Tabajara