Concurso de Crônicas – Premiação

Como já havíamos mencionado aqui no Rabiscando, @Peptus ficou em quinto lugar num concurso de crônicas realizado no Estado de São Paulo pela Academia Jundiaiense de Letras em parceria com a Astra S.A. e que teve quase 600 participantes.

Pois bem, nessa última quarta, dia 28, foi realizado o evento de premiação e Peptus, lógico, estava lá para participar e o Rabiscando para conferir.

O Premiado: (Notem que o certificado está de ponta-cabeça...)

O certificado

E abaixo você confere a crônica:

Tique-Taque

Percebi que estou ficando velho. E não foi só por causa dos fios brancos que começaram a brotar em minha cabeleira negra, nem porque meu amigo de colégio, da época em que a única mulher importante em nossas vidas era nossa mãe, hoje já é pai de uma garotinha e tem outro filho encaminhado. Também não é porque os jogadores de futebol que eu sabia o nome de cor agora só comentam jogos e participam, no máximo, de uma pelada beneficente. Ou porque atualmente eu é que empresto o cartão de crédito para o meu pai ou o levo em consultas médicas e não o contrário, e concordo com ele em muito mais assuntos. Não é apenas porque meu jogo de videogame preferido já está fazendo quinze anos e agora eu nem preciso mais convidar os amigos pra jogar em casa, continuamos jogando juntos, mas cada um na sua própria. Nem por eu não ter mais que decidir o que eu vou ser quando crescer, mas sim, crescer com aquilo que escolhi ser.

Mas se envelhecer tem um lado assustador (que o diga minha gastrite), também tem me trazido um aprendizado e um entendimento que podem compensar a constatação de que o tempo está passando. Porque o tempo me ensinou muitas coisas. Aprendi, por exemplo, que ele é imutável. Ele não avança, para que a dor de um amor que deu errado se cure logo; não pára, nem mesmo para que se possa aproveitar um pouco mais aquela noite com os amigos ou a família; e nem tão pouco volta, para tentar fazer direito o que fizemos errado ou, então, quem sabe, jogar na Mega Sena depois que já se viu o resultado. Não, o tempo não está nem aí para os nossos desejos, mas se você compreender que é você que tem de se adaptar a ele e não o contrário, então pode aprender muitas coisas e aproveitar muito bem a vida. E quando falo em aproveitar, não estou querendo dizer que temos de viver “La vida Loca” e sermos felizes o tempo todo (ninguém é), mas aprender a dar valor ao que é importante e ao que nos faz felizes.

Aliás, se eu tivesse de dar um conselho para a nova geração (outro hábito de quem tá envelhecendo, achar “super legal” ficar dando conselhos), eu não diria para usar filtro solar, embora esse seja um bom conselho, tenho certeza de que alguém já disse isso por aí; então eu diria: Continue. Sim, não pare, evolua. Porque tenho percebido uma quantidade razoável de pessoas, amigos ou apenas conhecidos, que têm se detido na vida por uma ou outra razão. Por um amor mal resolvido, por uma pessoa querida que se foi e não vai mais voltar. Por se prender ao passado, romantizar uma época que já passou, e por acreditar que nunca mais vai ser feliz como naquela época. Por se prender a um trabalho que, ao invés de deixá-lo motivado e cheio de expectativas para o futuro, o transforma numa pessoa mal-humorada e reclamona. E, principalmente, por achar que a culpa de tudo isso é do mundo, dos fatores externos e não sua própria. Por achar que a vida começa a declinar aos quarenta e poucos anos, ou até com menos. Mas a vida não precisa declinar. Cada fase tem as suas vantagens e os seus benefícios, os seus privilégios. Cito meus pais, por exemplo, que se até outro dia mal sabiam como atender o celular, hoje leem jornal pela internet, compartilham vídeos, fotos e até batem papo pela rede. Claro que eles não vão brigar no mercado de trabalho com as gerações mais novas, mas o importante é a experiência, é o aprender. Foi com esse espírito que meu pai, já aposentado, decidiu cursar uma faculdade de Direito. Não para ser um futuro advogado, mas pelo prazer de aprender uma coisa nova e que o agrada.

E se tem uma coisa que eu aprendi vivendo e também observando, é que a vida não é uma corrida, mas muitas pessoas agem como se fossem. Estão sempre competindo, com pressa, querendo chegar em algum lugar e cada vez mais rápido, como se a única coisa importante fosse esse ponto, muitas vezes quase inatingível. Mas a vida é um passeio. E o que importa mesmo é o caminho que percorremos, é aproveitar a viagem enquanto vamos de um objetivo, meta ou sonho, não importa que nome você use, a outro.

Parafraseando Legião Urbana, “no fim das contas, ninguém sai vivo daqui, mas vamos com calma”. Então, aprecie a viagem, aproveite o passeio, compartilhe com as pessoas que você ama e não tenha tanta pressa para chegar lá. Porque no fim, mais importante do que a chegada, é o que te aconteceu no caminho que conta. E você é o principal responsável. E nem adianta reclamar depois, porque o tempo, como eu já disse, não vai parar e nem muito menos voltar só porque você quer. E nem precisa ser Eisten pra saber disso. Basta olhar pro seu próprio relógio. Tic Tac.

Dicas Para Escrever Bem #11

Sou o tipo de pessoa que não sente nenhuma atração pelas novelas, não importa de que canal, mas, admito que já acompanhei algumas e, ainda hoje, vejo alguns trechos com a minha esposa, embora prefira outras atividades na maioria das vezes. Minha reclamação mais comum é o fato das novelas serem previsíveis e com um estilo totalmente travado, graças também às limitações que os estúdios oferecem. De qualquer forma, mesmo uma narrativa novelesca pode oferecer bons exemplos para melhorar a escrita e sobre cuidados a tomar na hora de produzir o próprio texto.

Então, no Dicas de hoje vou falar sobre os personagens secundários e nada melhor do que uma história com dezenas de personagens para exemplificar.

Alguns autores cometem o erro de dar total atenção aos personagens principais e se esquecerem dos personagens que dão apoio à trama. Num filme, isso pode até funcionar, considerando que as cerca de duas horas são insuficientes para ficar detalhando personagens que não são os completamente importantes para o desenvolvimento da história. Mas numa trama mais detalhada, como num livro por exemplo, isso é inadmissível.

O autor deve sempre ter em mente que os personagens secundários, naquele universo, são pessoas e devem ter objetivos, desejos, características, não podem ser reduzidos a uma ou outra característica apenas. E, mais do que isso, não devem apenas estar lá para fazer parte da vida do personagem principal, é necessário que tenha sua própria história. Claro que nem sempre dá para ficar entrando em detalhes da vida dos personagens secundários, mas eles também não podem ser apenas figurantes de luxo. Devem ser o mais próximo que uma pessoa real seria.

Lembro de uma novela que o SBT exibiu há alguns anos (mais de 10, eu acho) e que se chamava Pérola Negra. Vi alguns trechos com a minha mãe e a trama era terrivelmente falha ao retratar os personagens secundários, focando nos dois principais (interpretados por Dalton Vigh e Patrícia de Sabrit), o que tornava o desenvolvimento da história fraco, desinteressante e pouco inspirado.

Em contrapartida, Lost, uma série recheada de personagens importantes, conseguiu manter-se interessante (pelo menos para a maioria) graças ao foco dado a personagens que surgiram como coadjuvantes e foram ganhando destaque conforme sua própria história pessoal tornava-se atraente, como foi o caso de Desmond, por exemplo.

Então, é isso. Lembre-se que não importa a história que se está contando, todo personagem que aparecer devem ser crível, e não apenas uma figura unidimensional para preencher uma lacuna. Afinal, todo mundo tem a sua história, mesmo que você não esteja disposto a contá-la.

1ª Feira do Escritor – SP

Hoje o Rabiscando traz uma dica para você que ainda não teve o seu talento descoberto por uma grande Editora.

Trata-se da 1ª Feira do Escritor, que será realizada no Expo Center Norte em São Paulo, com organização da AudioLivro Editora, e apoio cultural do Clube dos Autores.

O evento está previsto para os dias 20, 21 e 22 de Abril do próximo ano, mas já estão à venda espaços para aqueles que quiserem participar, expor suas obras e, claro, alcançar um maior número de leitores.

A Feira terá divulgação em importantes meios de comunicação como as revistas Veja São Paulo e Época São Paulo. A entrada será franca para o público e os organizadores esperam atrair cerca de 10 mil pessoas por dia.

Há também a possibilidade da reserva de auditório para palestras, debates ou demais atividades culturais e os escritores participantes da feira ainda podem concorrer a um prêmio de melhor livro, dividido por categorias.

Confira abaixo mais detalhes sobre a Feira, ou acesse o site.

Dicas Para Escrever Bem #05

As pessoas algumas vezes me perguntam como surgem as ideias, a inspiração, como funciona para escrever alguma coisa. E eu acho que já cansei de ver resposta para esse tipo de pergunta, que sempre fica no “em qualquer lugar, tudo serve de inspiração e etc”. Mas um dia vi o Leandro Lehart dizendo uma coisa interessante. Ele disse que não tem essa de só escrever quando tá inspirado, que o negócio é puxar papel e caneta e começar a escrever. Considero isso como uma meia verdade Continuar lendo

Dicas Para Escrever Bem #04

Continuando com as dicas para aqueles que pretendem se aventurar pelos árduos caminhos da escrita, vamos falar de estilo, que é um assunto muito importante, ainda mais hoje em dia, que todo mundo quer se achar o estiloso.

Enfim, definir o próprio estilo é uma coisa muito importante, mas que acontece de forma quase natural e com o tempo. Continuar lendo